quarta-feira, 25 de julho de 2012

Os Guapuruvus mancham a paisagem de cor amarela



Um piano tocado por dedos tortos
Acompanha a chuva cálida
A tinta espessa na tela
Grita em gestos atormentados 
As roupas retorcidas sobre a cama
Cheiram ao excesso do teu corpo
A Sala é abstrata de tantas ausências
O espaço insiste em ser rarefeito de cor 
Hoje o gris deixa o céu denso  
Espalha uma onda de luz branca
(No I Ching só há linhas interrompidas) 
Mas há um cheiro de flor  
Rompendo a concisão do dia 
Mas há um gosto de cor (amarela)
Furando a melancolia...

Poema: Rodrigo Vargas Souza
Imagem: Iberê Camargo

Nenhum comentário: