sábado, 11 de junho de 2011

Pele, cabelo, farelo e pentelho


Tudo que varro em minha casa é pedaço de mim,
Pelo,
Pele,
Cabelo,
Pentelho.
Tudo que varro em minha casa é pedaço de mim,
Vira poeira,
Passado.
Tudo que varro,
Cai de mim,
Alegria,
Tristeza,
Anarquia!
Tudo que varro de minha casa voa com o vento,
Farelo,
Pentelho,
Cabelo.
E depois de varrer tudo,
Ainda fica seco,
Grudado no chão,
Pus,
Lágrima,
Porra,
Cuspe,
Catarro.
E nas quinas,
Pelos cantos,
Pele,
Pentelho,
Cabelo,
Farelo.
Não importa a ordem,
Estão todos pela casa,
Como a tinta na tela de um quadro abstrato,
E tudo que não voa e não gruda no chão,
Eu mantenho vivo na alma,
Amor,
Arte,
Desejo e poesia (...)


Poema: Rodrigo
Imagem: Pollock

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