
Bebo um copo de água
"Límpida"
"Pura"
Diferente do que jorra do cano branco de PVC
Que cospe merda,
Óleo de cozinha
Cabelo e xampu
Detergente
Feto de aborto
A água da lagoa é suja
E não foi os pobres quem a sujou
Foi à burguesia
De idéias podres
No circulo da tarrafa do seu zininho
Apaga-se a beleza que um dia cantou o poeta
Agora vem pouco siri
A lua reflete opaca no óleo das lanchas de cor também branca
Falta peixe no rancho
Diz o pescador
Foram roubados nos barcos lá de fora
Os donos dos barcos e da sujeira
Sujeira que vem junto na tarrafa do seu zeninho
Junto com um pouco de camarão
Poesia: Rodrigo Vargas Souza / Imagem: Franklin Cascaes
Nenhum comentário:
Postar um comentário