terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ainda serão culpados os pobres


Bebo um copo de água
"Límpida"
"Pura"
Diferente do que jorra do cano branco de PVC
Que cospe merda,
Óleo de cozinha
Cabelo e xampu
Detergente
Feto de aborto

A água da lagoa é suja
E não foi os pobres quem a sujou
Foi à burguesia
De idéias podres
No circulo da tarrafa do seu zininho
Apaga-se a beleza que um dia cantou o poeta
Agora vem pouco siri
A lua reflete opaca no óleo das lanchas de cor também branca
Falta peixe no rancho
Diz o pescador
Foram roubados nos barcos lá de fora
Os donos dos barcos e da sujeira
Sujeira que vem junto na tarrafa do seu zeninho
Junto com um pouco de camarão

Poesia: Rodrigo Vargas Souza / Imagem: Franklin Cascaes

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