sexta-feira, 29 de abril de 2011

Das Folhas de Kalanchoe


Enquanto as flores secam,
As nuvens dançam na varanda,
A realidade é abstrata pintada de hibiscos...

Os bonecos se reproduzem como alporquia,
e você espontaneamente acaricia-se debaixo do lençol...

Os postes reflorestam a paisagem,
Quem sou eu?
Nesta geometria rígida que escondeu o mangue do Itacorubi.

Hoje o mar está azul,
Mas ontem dormi vendo Touro Indomável em preto e branco,
Colhi os tomates,
Mas as formigas fizeram do manjericão uma caduca...

Oh! Natureza,
E bebês de provetas,
Oh! Ilusão,
Buracos negros em meu colchão,
Os mosquitos batem a cabeça no mosquiteiro,
Insistem em zunir,
Cante um mantra para eu dormir...

O lixo fede lá fora,
Eles fecham as janelas e ligam o ar condicionado,
No vaso da sala as flores secam,
As nuvens passam,
E das folhas de Kalanchoe caem plantas novas no solo...






Poema: Rodrigo Vargas Souza
Imagem: do filme Zabriske Point

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