quinta-feira, 14 de julho de 2011

Excremento em papel

Sou um homem comum,
Primitivo,
Feito de palavras,
Contra os Yuppies,
Escrevendo em garranchos meus sentimentos.
Tenho desejo,
Carne,
Matéria.
Meu ateísmo é feio e sujo,
Não sou sexista,
Fascista,
Apenas me chame de pecador,
Ou como queira teu conformismo.
Não tenho muito a deixar
A não ser um pouco de mim
Em vaginas,
Em papel higiênico,
E Palavras dissolvidas no ar.
Sou feito de vida,
Vivida,
Bebida,
Música,
Alguns livros lidos sem vírgulas.
Sou um homem,
Sem métrica,
De matéria bruta que se apodrecerá um dia,
Morrerei de raiva como um cachorro vagabundo,
Uivando liberdade,
Como um louco na mais pura lucidez
Enquanto vivo,
Excretarei
Porra,
Merda,
Vômito.
Vandalizarei a hipocrisia
Escrevendo poesia.

Poema: Rodrigo Vargas Souza
Imagem: Banksi

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