sexta-feira, 10 de maio de 2013

A BANDEIRA É MINHA


Eu já lá estava.
Depois tu vieste molhada na utopia do regresso.
E ficámos os dois,
sozinhos na pradaria
com metros e toupeiras a escavar-nos a imaginação marginal.
Tricotámos girassóis e sorrisos em acrílicos Van Gogh,
cortamos a orelha esquerda à espera,
e moldámos a felicidade segundo o cálculo infinitesimal da cama.
Houve vernissages de panos turcos e
instalações automáticas nas galerias dos desejos.
Houve beberetes e bebedeiras,
prados coelho e antónios vieira.

Agora estamos os dois
sozinhos,
cada um com o seu pedaço de tecto e de sonhos,
a passearmos ao Domingo com uma cachorrada esfomeada
no complexo comercial da paciência.


Poema: Golgona Anghel 

Nenhum comentário: