terça-feira, 7 de junho de 2011

Um poema contra Lênin, Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e outras histórias fascistas


Mais um poema pedindo para sair,
De novo estou bebendo,
Sentindo-me pesado e inchado,
Escrevo, escrevo e falta poesia.
Torci para chover, pois o meu Tropicalismo é úmido e frio,
Vou fazer uma busca no Google das casas dos meus antepassados,
Malocas em ruínas luso-indígenas de pau e palha,
No deserto verde que na poeira do carroção deixei o meu sorriso de criança.
Sou Beat tupiniquim criado ao extremo sul do mundo,
Subtropicalista, não confunda com fascista,
Mas apreendi no livro do Caminhas como se faz a globalização maquiavélica.
A minha praia é o Intercionalismo libertário,
Não me restrinja em seu vocabulário,
Não me prenda em nenhum dogma católico!
Minha poesia é capenga,
E meu português errado,
Sid Vicious não era anarquista,
Não confunda com bagunça e com marca de skate.
Sou proletário,
Penso como um,
Contradigo-me, não tenho um pensamento formado,
Porém, não sou pão, não sou massa.
Sou meio, não pela metade, nem partido,
Mas não acredito em Lênin, Papai Noel e Coelhinho da Páscoa,
Só sei que não gosto deste mundo burguês dividido,
Como o objeto,
O objeto humano.
Vivo a flora e fauna,
Perdi-me na pontuação (...)
Insetos voadores,
Sem lenço e movimento,
Voto nulo,
Não me vendo e saio com minha bermuda rota,
Com meu pensamento perfumado de filosofia,
Penso em sexo (...)
Vou mijar e pegar outra cerveja,
O engraçado que nesse mundo é impossível não se contradizer,
Agora escrevo esse poema e o corretor do Word da Microsoft está assinalando o mijar
Clico em cima e lá vem a sugestão de urinar,
Não quero estar num contrato de compra e venda,
Por isto eu só penso em engendrar,
E pense o que quiser,
Eu engendro este poema,
Engendro em você a anarquia!

Poema: Rodrigo Vargas Souza
Imagem: Man Ray